sábado, 14 de janeiro de 2012

Arte Pré-colombiana no México .


Arte Pré-colombiana

Ninguém duvida da grandiosidade dos povos pré-colombianos. Desde as origens, os indígenas mostraram uma profunda sensibilidade nas suas expressões artísticas. Povos como os olmecas, teotihuacanos, zapotecas-mixtecos, purepechas, etc, sobressaíram por sua elaborada arte.
Os maias desenvolveram uma civilização avançada, com grandes centros cerimoniais como Tikal, Palenque ou Copán, onde esculpiram delicadas estrelas, finas janelas ou elaboradas lajes. Por exemplo, na estrela de Quiriguá gravaram cálculos exatos das posições astronômicas, fazem 400 milhões de anos, calculando o tempo de um ano com maior exatidão, que o nosso atual calendário gregoriano. Não pode esquecer-se, além disso, as operações matemáticas e o fato de ter sido o primeiro povo americáno em trabalhar a escrita por meio de confusos hieroglifos.
Os maias destacaram em todas as artes, feito que constata-se na cerâmica policromada e chumbada, na decoração das fachadas, na refinada pintura, nas vasilhas de alabastro ou na incorporação de arcos em suas construções. Nestas manifestações deixa –se sentir a influência dos toltecas, quando aparecem os chac-mooles, altares decorados com crânios e tíbias cruzadas ou os edifícios curculares. Seus sólidos conhecimentos urbanísticos foram o suficentemente extensos para poder construir terraças artificiais, calçadas, aquedutos e tanques nas cidades.
Os aztecas não introduziram grande inovações e, em suas pirâmides percebe-se a influência totlteca. Porém, destacaram-se por ter sido grandes artistas de profunda sensibilidade. A arquitetura e escultura azteca é impressionante, seguramente influenciada pelos ritos de sacrifícios humanos. As expressões transmitem muita força que, pode parecer no primeiro momento brutal, mas de uma original beleza quando estudada em detalhes.

Período Pré-clássico (2.000 aC ao 200 dC)

Neste tempo formaram-se os padrões principais da civilização mexicana e sua habilidde arquitetônica para trabalhar com a pedra, as técnicas manuais para os tecidos, cerâmicas, talhados em pedra e madeira, a escritura hieroglífica e, a divisão do tempo e as estações do ano. Graças à utilização de diferentes métodos agrícolas, a população cresceu rapidamente, convertindo as pequenas vilas em povoados. Começaram a surgir centros cerimoniais, que serviram também, como centros de troca e comércio. Bons exemplos deste período são: São Lorenzo, La Venta, Tres Zapotes (Estado de Veracruz) e Cuicuilco, na Cidade de México.

Período Clássico (200 dC ao 900 dC)

Etapa em que acontece a transição das culturas rurais aos centros urbanos com hegemonia política e econômica. Neste tempo foi a "época dourada" para as expressões artísticas. Foi um tempo em que construíram-se importantes obras arquitetônicas, logrou-se uma planificação urbana avançada e, ocrreram relevantes fatos no âmbito intelectual. O comércio realizou-se de forma organizada o que, ao lado de uma estratificação de sociedade teocrática, permitiu aos governantes a criação de grandes impérios.
Os melhores exemplos deste período o encontramos em lugares como Teotihuacán e Cholula (na Mesa Central), El Tajín (Veracruz), Monte Albán (Oaxaca), Palenque e Bonampak (Chiapas), Dizbilchantún, Labná, Kabah, Sayil, Chichen-Itzá e Uxmal (na Península de Yucatán).

Período Pós-clássico (900 dC ao 1521 dC)

Este período caracterizou-se pela evolução das estruturas sociais, passando da ordem teocrática a ordem militar. Além disso, sucederam-se câmbios nos importantes centros cerimoniais (como Cholula, Chichén Itzá, Tenochtitlán), desaparecendo alguns e, outros florescendo.
O Período Pós-clássico esteve dominado pelo Império Azteca e pelo ressurgimento da civilização maia nas proximidades de Chichén-Itzá e Uxmal. As mostras deste tempo encontramos em sítios como Xochicalco (Estado de Morelos), Tula (Hidalgo), Tenayuca e Tenochtitlán (Mesa Central), Yagul e Mitla (Oaxaca) e Chichén-Itzá, Tulúm e Cobá na Península de Yucatán.

Arquitetura do México

A arquitetura dos séculos XVI ao XVIII é, sem dúvida, a marca mais visível do México colonial. Durante este período construiram-se perto de 15.000 templos e uma trintas catedrais, promovidas e construídas pela Igreja católica e, graças a abundante boa mão de obra indígena, mais o menos especializada (somente nos primeiros 50 anos foram construídos pelo menos 250 conventos de franciscanos, dominicanos, agostinhos e jesuítas).
A singularidade da arquitetura tem a sua base no relativo isolamento da colônia, e no comportamento dos próprios indígenas, durante sua fase de aprendizagem das técnicas espanholas. As propostas locais manifestaram nos desenhos ornamentais que iriam evoluir mais tarde, o plateresco. Nas primeiras construções, o marco mais chamativo são as capelas abertas (chamadas também capelas dos índios), assim como, os afrescos com fins didáticos. Os elementos góticos e renascentistas das construções combinavam-se com elementos mudéjares e arcaismos medievais.
Porém, é o estilo barroco que pode ser considerado como o primeiro estilo artístico americano e, muito especialmente, mexicano. Um estilo que adquire a sua própria aparência e que tem a melhor testemunha no Sagrário da Catedral Metropolitana. Coincide com o assentamento da colônia e o puxado econômico, situação que estava refletida na construção de numerosos palácios e casas singulares. O século XVIIII é a época em que a arquitetura se mexicaniza, quer dizer, momento em que os crioulos e indígenas, com propostas mais vitalistas, desprezam os artezãos europeus. No final deste período, no século XVIII o barroco foi derivando para o churrigueresco, dando vida a uma arte excessivamente carregada. Finalmente o estilo herreriano acabou impondo-se, afastando os elementos decorativos, partes muito específicas das construções.
Durante o século XIX foi introduzido diversas correntes européias ecléticas do momento, especialmente as procedentes de Itália e França, existindo um período onde impôs o estilo Neo-clássico. Resultado disto, foram as construções como o edifício dos Correios e o Palácio de Chapultepec (Cidade de México), onde podem-se apreciar as diferentes correntes modernistas. No século XX a arquitetura mexicana renova-se com as propostas dos arquitetos como Luis Barragán o Villagrán García. Entre as obras contemporâneas, destacam-se a Cidade Universitária, o Museu Nacional de Antropología e História e o Museu Rufino Tamayo.

Pintura do México

Durante a época da colônia, a pintura mexicana esteve fortemente influenciada pelos temas religiosos e enfocada à técnica mural. Os grandes retábulos e os baixo-relêvos do espirito indígena constituíram as formas mais frequentes da escultura, daquele tempo. Durante o século XIX a pintura caraterizou-se pela influência acadêmica, porém no final deste mesmo século, surgiu o movimento chamado "pintores viajantes" onde as paisagens foram o tema predominante. O século XX foi prolixo em representações históricas do país e, os movimentos revolucionários assentaram as bases do movimento muralista. Os pintores utilizaram a sua arte como instrumento de oposição política e nacionalista. José Clemente Orozco propos uma visão satírica e trágica. Diego Rivera recriou em suas pinturas a Conquista, desde o ponto de vista dos índios e, finalmente, David Alfaro Siqueiros decantou-se pelos temas sociais. Com esta sólida base surgem as obras de Rufino Tamayo, Frida Kalho, José Luis Cuevas ou Vicente Rojo, para citar alguns.

Música do México

Os rítmos mexicanos são o resultado de uma longa mistura entre numerosas formas de raças dadas, nos últimos 500 anos. Durante a época pré-colombiana a música formou parte de todas as cerimonias rituais. Os instrumentos como o huehuetl, espécie de tambor, o teponaztli, um pau ôco, as flautas de cana e argila, os caracóis do mar eram comuns nas cerimonias religiosas e civis. Com a chegada dos espanhóis os rítmos conservam-se, porém misturados com os recém chegados e, os instrumentos espanhóis, como a guitarra, arpa, violino e órgão impuseram-se rapidamente. Entre a música popular destacam o huapango, rítmo originário de Veracruz que utiliza instrumentos de corda, sandunga, muito parecida ao fandango, a música rancheira, geralmente de temas de amor e dramáticos ou corrido, muito mais alegre.

Literatura do México

Os primeiros espanhóis enfocaram a literatura para a evangelização e, desta época conservaram as crônicas históricas, como as de Sahagún e Díaz do Castillo. Destacam também, os temas que fazem referência à defesa dos índios e que tem o melhor espoente em Frey Bartolomé das Casas. Do século XVII destaca-se a extraordinária obra de Sor Joana Inés da Cruz, em cujos escritos poéticos trata do amor e a mulher.
No nosso século destacam-se Amado Nervo, ao que segue o também modernista Enrique González Martínez, caraterizado pela profundidade de seus pensamentos. Enrique Reyes trabalhou todos os gêneros. A obra de Carlos Fuentes reflete a sociedade contemporânea, enquanto que a poesia de Octavio Paz define-se como uma síntese das culturas mexicana e européia.

População e Costumes do México


Quando pergunta-se aos turistas que estiveram no México, como são os mexicanos, as respostas costumam ser variadas, extremas e difíceis de arrumar formas e tipos. É que, os mexicanos são o resultado de estranhos encontros que sucederam-se nos últimos seis séculos. A essa pergunta poderia-se responder com a célebre frase de um presidente mexicano: "os mexicanos não são isto nem aquilo, mas tudo ao contrário". Porque os mexicanos são um impressionante quadro de paradóxos e contrastes.
A razão deste jeito de ser tem sua origem na mestiçagem entre indígenas e os primeiros espanhóis, entre os crioulos e os indígenas e entre os crioulos e os espanhóis. Enfim, é o resultado estranho de um labiríntico encontro. Alguns afimam, que a contradição entre as duas cosmo-visões, a do indígena com um sentido da vida mais harmônico e, pela outra, a do mestiço que, no empenho por afirmar-se, provocou este especial caráter que define muito bem esse "X" que encontra-se no centro da palabra "México". Como disse o escritor Alfonso Reyes, é impossível chegar perto do México e dos mexicanos sem entender as contradições que este "X" tem imposto na definição de identidade de um povo que, ainda hoje, nega-se aceitar a dualidade da sua origem. Pois, os mexicanos, embora mostrem uma forte coesão e um sólido sentimento nacionalista, não resolveram ainda as contradições internas derivadas do fato de ser um país pluri-étnico e pluricultural, onde enfrentam tradições e costumes pertencentes as expressões mais genuínas da modernidade e do progresso.
Nos mexicanos encontra-se com frequência sentimentos machistas e malinchistas. Malinchistas (o termo provém da Malinche, a admirável indígena que foi a intérprete de Hernão Cortés), por admirar o alheio e o estrangeiro, e machistas por, dissimular complexos de inferioridade com atitudes de prepotência. Porém, os mexicanos não são assim, que dizer, nem isto e nem aquilo, mas tudo ao contrário. Os mexicanos são gente amável, porém impulsivos e violentos, segundo o caso. Gente aberta mais reservada, generosa, porém desconfiada, com uma visão de vida, séria e pessimista, enquanto afirmam que "a vida não vale nada" e, por isto aludem, em forma de brincadeira, à figura da morte. Os mexicanos são tudo isso e tudo ao contrário.
Mas não fique alarmado, já que desfrutará profundamente do trato com os mexicanos, porque são, sem contradição nenhuma, estremamente hospitaleiros. As condutas afetuosas são muito comuns e, descubrirá como dão-se aa mãos, cumprimentando-se, no encontro e na despedida. Aconselhamos-lhe a ser gentil, já que para os mexicanos a gentileza é sinônimo da educação. Procure pedir as coisas acompanhadas de um "por favor" e não esqueça de dar sempre graças. Aceite sempre um convite, embora não esteja afim, pois é melhor aceitar e não se apresentar, que rejeitá-lo. E, se marcou hora com alguém, pode esperar um bom tempo, pois o relógio dos mexicanos funcionam mais devagar que os outros relógios do mundo.
Também, aconselhamos não elogiar em excesso qualquer pertinência do seu interlocutor, porque poderia acabar dando-a de presente e você terá que aceitá-la.
No México o sentimento de pudor é muito forte, pelo que deverá comportar-se. Em muitos lugares, sobretudo nas zonas que não têm praia, não são bem vistos os calções curtos nos homens. Evite entrar com eles nos templos. O traje de banho é bem visto apenas nas praias, mas não fora delas.
Os mexicanos professam profundo sentimento religioso, por isto evite entrar em discusões profundas neste tema. Pelo contrário, é melhor interessar-se e, tentar decifrar as raizes desta experiência, que tem a base nos cultos anscestrais dos indígenas. Lembre-se que, no México habitam 56 etnias, entre as que encontram-se os Chinatecos, Huastecos, Huicholes, Tarahumaras, Lacandones, Chichimecas, Chinatecos, Nahuas, etc. Convidamos-o a descobrir este precioso mosaico de culturas, tradições e costumes, onde convivem numerosos universos que, inevitavelmente, acabarão por cativá-lo.

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